Priorizar educação é desafio econômico e social

O 4º Ciclo de Monitoramento do PNE (Plano Nacional de Educação) expõe o retrocesso da educação no Brasil, especialmente a diminuição no acesso à Educação Básica — reflexo da pandemia. Cerca de 1 milhão de crianças e jovens, entre 6 e 14 anos, estava fora da escola no início de 2021, conforme o relatório lançado em junho pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

A proporção de crianças de 6 a 14 anos matriculadas ou que concluíram o ensino fundamental caiu de 98% em 2020 para 95,9% em 2021, ficando próxima ao patamar de 2011. Outras metas do PNE também caíram, como a taxa de frequência no Ensino Médio, as matrículas na Educação Profissional e as titulações de mestres e doutores.

A crise econômica pode estar agravando a situação, por isso é necessário um grande esforço para conter o declínio dos indicadores. Todas as esferas de governo devem manter uma agenda de longo prazo para mitigar os efeitos pós-pandemia, garantindo o retorno e a permanência das crianças na escola, a recuperação da aprendizagem e a promoção da saúde emocional dos estudantes.

E a “cereja do bolo”: o governo não consegue sequer mensurar adequadamente o tamanho do impacto causado pela pandemia na estrutura educacional. Como o censo demográfico não foi realizado em 2020, alguns indicadores não puderam ser calculados. Sem dados, não é possível desenhar as políticas necessárias para reverter o quadro.

A situação da educação evidencia a falta de prioridade dada ao setor por este governo e os anteriores. Nossas lideranças parecem ignorar a importância da educação para o crescimento econômico e para melhoria das condições de vida da população. O cenário é propício à criação ou perpetuação de dependentes do Estado, sujeitos aos interesses de mandatários e candidatos de ocasião.

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