A Extração Econômica imposta pelo Governo é uma das grandes responsáveis pela queda no crescimento do Brasil. Nas últimas décadas, a transferência de recursos da economia produtiva para os governos foi ampliada muito acima da capacidade contributiva dos brasileiros. Sangramos recursos bons para sustentar uma máquina pública estéril e perdulária. Como consequência, a capacidade da Nação de consumir e investir produtivamente fica seriamente debilitada.
A extração econômica é um fenômeno Fiscal, que implica numa poderosa TRANSFERÊNCIA DE RENDA DO SETOR PRIVADO PARA O PÚBLICO e pode ser compreendida pelo avanço descontrolado das despesas públicas, comprometendo, seriamente, as atividades produtivas e de consumo das famílias. A gastança pública é sustentada por uma carga tributária crescente, extraindo cada vez mais recursos dos setores produtivos e eficientes da economia, em favorecimento à políticas ineficientes e eleitoreiras.
O quadro abaixo ressalta este movimento:
A linha vermelha é a evolução da Despesa do Governo Central desde 1997, acrescida dos juros nominais da dívida pública, enquanto a linha preta estima qual deveria ser a evolução da despesa neutra, ou seja, que estivesse alinhada com o ritmo de crescimento da economia.
Fica evidente o grande descompasso entre as duas trajetórias, com as despesas realizadas muito acima da despesa “neutra”, gerando uma extração econômica da ordem de quase R$ 800 bilhões/ano em 2022-23 (cerca de 9% do PIB), conforme estimativas da RC Consultores. Aqui está a causa principal da falta de crescimento da economia brasileira.
A circunstancial retomada das atividades, após o longo período de restrições da pandemia, anima alguns setores, com destaque para os serviços. Mas, é apenas o “voo da galinha.” O Brasil segue como “espelho” dos impactos da volatilidade externa sobre a economia, carregando o peso de ajustes fiscais cada vez mais dolorosos para os setores produtivos. Adiciona-se a isso, a falta de eficiência geral dos governos e sua incapacidade de realizar políticas públicas que, realmente, beneficiem a sociedade.
As eleições presidenciais deste ano tendem a manter este diagnóstico de inércia e desperdício de gastos, pois, até o momento, estamos presos a dois candidatos do passado, cuja experiência bem conhecemos. Os investidores sabem disso, e ficarão num compasso de espera, privando ao país de uma recuperação econômica acentuada. O Brasil continuará amargando um crescimento medíocre enquanto não enfrentarmos, e vencermos, este crítico entrave que é a extração econômica desproporcional por parte dos governos.
Texto baseado na análise da RC Consultores “Cenário Econômico 2022 – 2023”, de 26 de abril de 2022.
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