Programas de governo de presidenciáveis têm pobreza temática e falta de consistência

O ATLÂNTICO – Instituto de Ação Cidadã publicou o documento “ANÁLISE COMPARATIVA DOS PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRINCIPAIS CANDIDATOS”. Segundo Rafael Jordão Vecchiatti, presidente da entidade, nos 10 tópicos analisados fica evidenciada a superficialidade dos candidatos em temas relevantes para o país e seus cidadãos.

A análise concentrou-se em avaliar tópicos essenciais para estruturar melhor o Setor Público e destravar a economia brasileira, entre os quais estão o Enxugamento da Constituição de 1988; Pacto Federativo; Sistema Tributário; Controle da Despesa Pública; Previdência; Investimento Público; Moeda, Inflação e Dívida; Custo Brasil; Ensino Profissional; e Posição Regional e Mundial.

Segundo Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do IBGE e do BNDES, conselheiro e fundador do ATLÂNTICO, “Evidencia-se a pobreza temática e falta de consistência quase absoluta dos programas dos candidatos favoritos das pesquisas, ressaltando porque a execução dos programas dos eleitos deixa tanto a desejar”.

Análise comparativa dos programas de governo dos principais candidatos

Os programas de Governo não definem eleição, a menos de alguma declaração politicamente suicida. Contudo, há sempre uma certa curiosidade dos formadores de opinião – entre os quais imprensa e líderes na sociedade civil – sobre o grau de consistência e relevância dos planos dos candidatos.

O Atlântico, Instituto de Ação Cidadã, organizou uma Análise Comparativa baseada em uma pontuação (de zero a dez) em 10 temas cujos assuntos nossa consultoria encara como absolutamente relevantes num programa desenhado para destravar e estruturar a economia brasileira. Portanto, o teste de RELEVÂNCIA do programa é feito por uma pontuação atribuídapor especialistas do Atlântico, individualmente. Em seguida, uma média desses“escores” é tirada e somam-se os pontos obtidos em cada item, por candidato. Este é o primeiro sub-total da pontuação de cada um.

Para “ponderar” a pontuação de RELEVÂNCIA, que seria a “prova eliminatória”, criamos mais quatro critérios que reduzem ou elevam a pontuação anterior em até 8 pontos,para mais ou para menos. São os critérios de CONSISTÊNCIA, que examinarãose os candidatos sabem do que estão falando e se falam, afinal, coisa com coisa. Mas, atenção: tentamos não fazer qualquer juízo de valor conforme um padrão do tipo liberal, social-democrata ou socialista. Perseguimos apenas um padrão de racionalidade e coerência com a ideologia adotada por cada um.

Os pontos obtidos na CONSISTÊNCIA são somados algebricamente aos da RELEVÂNCIA, surgindo então o escore ou pontuação final de cada candidato. Abaixo estão os resultados alcançados, que falam por si. Alguns escores poderão surpreender. Por que o candidato “tirou zero” naquele item? Em geral, isso ocorre quando o tema nem ao menos é cogitado no Programa. Se algo é falado, bem ou mal, o candidato já começa a pontuar e, se oferece algum caminho ou proposta de ação – por mais sucinta que seja – já começa a passar de 5 pontos. Logo, a pontuação não foi “exigente”; reconhecemos que os programas são meras sínteses do pensamento do candidato e resumos de um texto maior.

Breve comentário

Evidencia-se a pobreza temática e falta de consistência quase absoluta dos Programas dos candidatos favoritos das pesquisas, ressaltando porque a execução dos programas dos eleitos deixa tanto a desejar.

Os candidatos meramente postulantes, que nunca foram ou são presidentes, têm muito mais cuidado com a consistência do que dizem. Pontuam bastante mais. Eles têm até fortes diferenças de abordagem, mas o Atlântico não pontuou conforme uma preferência determinada. Respeitaram-se as tendências políticas de cada um.

Ressalta a baixa qualidade do texto do atual presidente. A falta de cuidado é maior no campo econômico, justamente onde haveria mais “professores” dentro do time do governo para oferecer um texto menos dissonante e descuidado. Também é chocante o grau de improvisação do texto do líder nas pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva.

O Atlântico espera ter contribuído para oferecer sua opinião “aritmética” sobre os programas oficiais dos candidatos principais e torce para que os debates das próximas semanas possam iluminar melhor tantos pontos obscuros que importam muito para a vida e para os negócios de milhões de brasileiros.

Baixe a versão integral do documento em PDF: “ANÁLISE COMPARATIVA DOS PROGRAMAS DE GOVERNO DOS PRINCIPAIS CANDIDATOS”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *