Um dos primeiros atos do recém-empossado ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi um pacote econômico para aumentar a arrecadação, renegociando os processos administrativos do Conselho de Administração de Recursos Fiscais. Segundo Haddad, a iniciativa para reduzir a litigância tributária tem potencial para melhorar as contas públicas em R$ 243 bilhões.
A medida de refinanciamento de dívidas não empolgou o mercado. Segundo Marcos Cintra, conselheiro do ATLÂNTICO e ex-Secretário Especial da Receita Federal, “o Plano Haddad é um castelo de areia. Não há nada concreto e tudo o que foi proposto depende de terceiros, que são os contribuintes aderirem ou não às propostas de negociação, e sobre os quais o governo não têm controle”.
A análise de Paulo Rabello de Castro, fundador do ATLÂNTICO e diretor da RC Consultores, segue na mesma linha. “O ministro da Economia, Fernando Haddad, apresentou uma proposta de ajuste fiscal, num esforço equivalente a R$ 243 bilhões, ou 2,2% do PIB. No entanto, o conteúdo das ações não animou os economistas. Isto porque grande parte das ações propostas se concentra num ajuste pontual das contas públicas, sem apresentar um plano estrutural de longo prazo. Mais do que isso, grande parte do ajuste está na tentativa de elevar a receita, com estimativas superestimadas, com baixa participação de medidas de redução das despesas. O lado positivo é que o governo Lula demonstra, pelo menos no discurso, estar preocupado com o equilíbrio nas contas públicas. Serão necessárias medidas mais contundentes para o convencimento do mercado”, destaca o relatório RC Bits.