O IBGE divulgou em 3 de março o resultado do PIB brasileiro em 2020: – 4,1%. A variação é pouco inferior à queda projetada e divulgada pelos parceiros do Atlântico, a RC Consultores, já em março do ano passado. No cenário considerado pela consultoria, o isolamento social e o fechamento de empresas teriam um efeito dramático na economia com uma redução de 4,5% do PIB, caso não fosse adotado um plano estratégico virtuoso e imediato, com medidas de recuperação amplas e consistentes, como também foi proposto, e divulgado à época.
A lamentável inação do governo federal tanto no combate direto à pandemia, como em medidas eficazes na economia, fez, a pandemia impactar fortemente nas atividades, principalmente, do primeiro semestre, fazendo o PIB encolher 4,1% no ano – a maior queda em 30 anos.
A agricultura brasileira foi a que menos sofreu, crescendo 2%, e contribuindo para a queda geral ser menor. O setor de serviços e a indústria, entretanto, tiveram quedas de 4,5% e 3,5% respectivamente. A construção civil sofreu queda de 7%.
O PIB per capita regrediu 4,8%, a maior queda registrada em 25 anos. A taxa média de desemprego foi de 13,5% e tem grandes chances de estar subestimada, por não considerar que muitos trabalhadores desempregados podem não ter respondido a pesquisa, em razão do isolamento social e do fechamento das atividades.
Estagnação e década perdida
O choque causado pela pandemia ocorreu antes da recuperação total das perdas da recessão profunda dos anos 2015 e 2016. De 2017 a 2019, a também economia cresceu a um ritmo lento.
Segundo a FGV, a economia brasileira registrou um crescimento médio anual de 0,3% entre 2011 e 2020, ou seja, passou por uma estagnação. É a pior década para o crescimento do PIB em 120 anos, pior ainda que os anos 1980 – a “década perdida” – quando o Brasil teve crescimento médio de 1,6% ao ano.
Reformas para crescer
O crescimento do PIB previsto para 2021 pela RC Consultores é de 3,1%. Não é um crescimento importante, pois a base de comparação é muito baixa. A incerteza política e a piora da pandemia estão fazendo o mercado rever as previsões de crescimento para baixo. Mais que isto, o Brasil não oferece uma perspectiva de crescimento sustentado no contexto atual.
A Agenda 2021 do Atlântico – Instituto de Ação Cidadã apresenta duas frentes de ação para a retomada do crescimento. A primeira frente é a proposta Atlântico de reforma tributária. Construída com base nos pilares de simplificação, desoneração e aumento da competitividade dos bens e serviços brasileiros, permitirá uma transição rápida, sem transferir a carga tributária de um setor para outro ou gerar “perdedores” e “ganhadores” entre os entes federativos.
A segunda linha é a Proposta de Revisão Constitucional. A Revisão é necessária para eliminar privilégios de grupos que se beneficiam do Estado, sobrecarregando os contribuintes com uma carga tributária pesadíssima e impedindo que os recursos públicos atendam quem precisa.