O artigo de Carlos von Doellinger no Valor Econômico de 19 de janeiro é de uma estupidez gritante. O presidente do Ipea começa com afirmações pouco consistentes sobre ações do governo e a COVID-19 e, da mesma forma, vaticina sobre crescimento econômico de 2021.
Em seguida, incoerentemente, declara que: “Nosso caminho não é a indústria manufatureira, a não ser aquela ligada ao beneficiamento de produtos naturais”, declara Doellinger. Esta frase, por si só, é um espanto para alguém que projeta um crescimento de 4% neste ano. Na verdade, ele propõe uma política de desindustrialização do Brasil! Que tipo de economistas temos nesse governo?
Ainda, numa dissertação genérica sobre “vantagens comparativas”, o presidente do Ipea afirma que: “Somos competitivos no agronegócio, mas não em outras manufaturas”, Ora bolas! Em quais dados ele se baseia? Quais são as informações concretas para emitir essa opinião?
Carlos von Doellinger se esquece que o agronegócio é competitivo porque tem a menor carga tributária entre os segmentos produtivos. Além disso, sempre foi financiado com juros baixos, se comparados com os outros segmentos da economia.
Claro que não é só, mas, são dois dos principais fatores.
Além disso, nos anos 70 o segmento teve um impulso fundamental, orquestrado por um agrônomo de excepcional visão e capacidade de trabalho que foi o ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli.
Pode ser até que tenhamos um ou outro setor menos competitivo mundialmente, na referência de vantagens comparativas. Mas, podemos afirmar com absoluta certeza que a grande maioria da indústria manufatureira brasileira é absolutamente competitiva. Basta tirarmos o peso do Estado parasita das suas costas! Ou ainda, que tal o governo cumprir com suas mínimas obrigações constitucionais e prover infraestrutura básica da saúde e dos transportes?