Fechamento da Ford sinaliza alto custo de produção no Brasil

A Ford anunciou o fechamento das suas três fábricas no Brasil na última segunda, 8 de janeiro. Em nota à imprensa, a montadora afirma estar reestruturando suas operações na América do Sul, como resposta aos desafios trazidos pela pandemia de Covid-19, com persistente capacidade ociosa e redução das vendas.

A Ford manteve as suas unidades na Argentina e até mesmo aumentou os investimentos naquele país, visando expandir a produção do Ford Ranger. Não se pode afirmar que a decisão decorre da maior produtividade do país vizinho, mas ela evidencia que as condições do Brasil não são competitivas.

A Anfavea, repetindo o que o Atlântico e outras entidades representativas do setor industrial dizem há anos, destacou que o encerramento das atividades confirma o alerta a respeito das condições desfavoráveis enfrentadas pela indústria – e a necessidade de reduzir o custo Brasil.

O custo Brasil encarece a produção local, reduzindo a demanda dentro e fora do país. Entre os principais componentes do custo Brasil estão a alta e complexa carga tributária e os custos de logística.

Na última semana, a Anfavea divulgou uma queda de 31,6% na produção de veículos em 2020, que reduziu o volume aos níveis de 17 anos atrás.

Menos empregos

O fim da produção da Ford, após cem anos no Brasil, é um sinal alarmante da necessidade de efetivar as reformas.

O fechamento das suas unidades fabris resultará na extinção de mais de 5.000 empregos diretos – sem falar nos empregos indiretos, em um contexto de desemprego recorde no país. Irá impactar o PIB potencial, reduzindo a capacidade produtiva do Brasil e dificultando a saída da recessão, assim como reduzirá a arrecadação dos municípios e estados onde as fábricas estavam instaladas.

O Atlântico – Instituto de Ação Cidadã lamenta mais este triste episódio na economia brasileira. Há anos lutamos pela racionalidade em uma reforma tributária ampla e efetiva, capaz de promover a competitividade dos produtos brasileiros, gerar crescimento econômico e trazer  empregos e esperança.

A resposta dos governos têm sido de vergonhosa inação e incompetência intelectual. Só se preocupam em aumentar a carga tributária, para a gastança de um estado cada vez mais inchado, injusto e perdulário!

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