Em meio à pandemia de Covid-19 e uma severa crise econômica, Brasília se perde na crise política e no embate entre os poderes, deixando de discutir medidas para auxiliar as empresas em dificuldade e a população vulnerável. Nossos governantes gastam ainda menos tempo desenvolvendo uma estratégia para recuperar a economia e colocar o Brasil novamente na rota do crescimento. Brasília parece ser imune ao que acontece no Brasil.
Após vários anos de recessão, a economia brasileira esboçava uma tentativa de recuperação, posta abaixo pela pandemia. Empresas enfraquecidas tiveram que lidar com o desafio do isolamento social, com a queda da demanda e o desabastecimento. O mercado de trabalho entrou em uma situação dramática e os trabalhadores informais ficaram sem fonte de renda.
O governo respondeu a isto gastando muito – e gastando mal. A despeito da crise fiscal e do provável prolongamento da pandemia de Covid-19, o governo federal “se empolgou” com o dinheiro de helicóptero e concedeu um auxílio emergencial mais amplo e mais longo do que o necessário (veja artigo). Gastou demais com políticas de caráter financeiro e fiscal, sem qualquer relação direta com saúde pública, para a qual foram destinados menos de 10% do total dos gastos extraordinários autorizados pelo Congresso Nacional.
Como resultado, enfrentamos um agravamento na pandemia de Covid-19 neste primeiro semestre. O aumento exponencial no número de casos e mortes tornou o país o epicentro mundial da pandemia, fazendo com que fosse isolado pela comunidade internacional. Além da doença, a população padece com a fome e o desemprego. Uma geração é alijada das escolas e, também, do ensino on-line, por falta de acesso à internet. O agravamento da crise fiscal impede que o governo possa atender devidamente a população vulnerável. Faltam recursos para a saúde, faltam leitos de UTI, faltam vacinas.
O cenário econômico internacional é favorável, mesmo que de forma desigual, por conta da disponibilidade das vacinas. O cenário futuro do Brasil é mais sombrio. As projeções de crescimento do país em 2021 e 2022 são bem menores do que dos demais países e o desemprego deverá permanecer elevado.
Nada disto parece comover Brasília ou gerar um senso de urgência e responsabilidade. Em pleno mês de abril, o Orçamento 2021 sequer foi sancionado. As reformas tão necessárias para o Brasil ficaram para o segundo plano.
Mais que nunca, a sociedade civil deve se organizar e se mobilizar.
O Atlântico – Instituto de Ação Cidadã foi formado no início dos anos 90, em um período também desolador. Formado por um grupo de brasileiros dispostos a estudar e criar soluções para os problemas complexos e persistentes do Brasil. O Atlântico continua a acreditar no Brasil e apresenta suas propostas para a retomada do crescimento do país. São elas:
– A Revisão Constitucional.
– A Proposta Atlântico de Reforma Tributária.
– A Reforma Administrativa.