O Censo é fundamental para a democracia

O cancelamento do Censo pode provocar um apagão estatístico no Brasil, declarou o economista Paulo Rabello de Castro em diversas entrevistas nos últimos dias*. A falta de informações atualizadas sobre a população, a qualidade de vida nos domicílios e o nível de emprego trarão múltiplos prejuízos ao país, afirma o ex-presidente do IBGE e membro do Atlântico – Instituto de Ação Cidadã.

Paulo Rabello considera uma ignorância a permissão dada pelo Congresso ao Ministério da Economia para cortar este gasto essencial. “É uma decisão ilegal! A Lei 8.184 estabelece que o Censo Demográfico deve ser realizado, no máximo, a cada dez anos. Já estamos no décimo primeiro ano após a realização do último recenseamento. A alegação de pandemia não é válida, pois os EUA iniciaram seu censo em 2020, tendo encerrado suas atividades há pouco tempo.”

O prejuízo da decisão ainda pode causar uma enxurrada de ações judiciais promovidas por estados e municípios contra a União, pois o Censo traz informações básicas para calcular os repasses do FPE (Fundo de Participação dos Estados e Distrito Federal) e do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). São processos com potencial de gerar prejuízos maiores que as eventuais economias geradas pelo cancelamento.

Planejamento e democracia

O Censo é essencial para o planejamento de políticas públicas, como campanhas de vacinação, repasses para a educação e leitos de UTI em um município. Os dados são importantes ainda para a iniciativa privada, no planejamento empresarial e em campanhas de marketing, por exemplo.

Ele também é fundamental para a democracia, explica Paulo Rabello. “A realização do Censo é uma das poucas medidas operacionais que constam na Constituição dos EUA. O texto fala que sem enumeração, não existe representação. O mesmo é válido para o Brasil. Como vamos saber quantos deputados federais o Piauí, o Ceará ou o Rio de Janeiro devem ter, se não contamos a população há mais de 11 anos.”

Outro fato relevante é o contingente de 200 mil recenseadores que seriam contratados para a recontagem da população. Em um ano de desemprego gravíssimo, especialmente entre os jovens, a realização do Censo Demográfico é também uma política de renda.

Links para as entrevistas de Paulo Rabello de Castro a respeito do cancelamento do Censo 2021:

 

Jornal da Manhã, da Jovem Pan :

https://www.youtube.com/watch?v=vhC-siQuNBQ&t=18s

 

 

Rádio BandNews FM:

https://bandnewsfm.band.uol.com.br/2021/04/25/ex-presidente-do-ibge-analisa-impactos-do-adiamento-do-censo-2021/

Espaço CNN – CNN Rádio:

https://youtu.be/z_5MsYOX8s0?t=5201

Canal CNN Brasil:

https://youtu.be/-eYObtuPF9M?t=15067

 

Correio Braziliense:

https://blogs.correiobraziliense.com.br/vicente/censo-pode-ser-um-auxilio-emergencial-para-a-economia-diz-rabello-de-castro/

“Quem tem razão?” – Jornal Jovem Pan:

 

https://youtu.be/uNu9pOYey40?t=5600

 

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  1. Pingback: Na vanguarda do atraso: o Brasil sem Censo | Atlântico - Instituto de Ação Cidadã

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