O combate às mazelas sanitárias e econômicas causadas pela Covid-19 exige conciliação e organização. Por mais que os recursos financeiros sejam limitados, dados os vultosos déficits fiscais, nossos pontos fracos nesta guerra têm mais a ver com falta de informações e de organização e planejamento.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, manifestou a necessidade de realizar uma concertação para superar rancores e gerar providências práticas e urgentes contra a pandemia. A concertação tem que atender a pauta do presidente, retomando a economia e gerando empregos, não se opondo à pauta dos prefeitos e governadores, combatendo a pandemia.
O auxílio emergencial tem efeito restrito aos meses de vigência, portanto é preciso acionar muito mais os mecanismos de crédito direto às empresas, especialmente das pequenas empresas, por serem geradoras de emprego.
Os investimentos em infraestrutura devem sair do papel, para gerar empregos. Os recursos dependem de uma revisão urgente dos orçamentos entre despesas obrigatórias e de investimentos. Esta revisão deve ser feita também por governadores e prefeitos.
Uma condição essencial para o sucesso da concertação é o desapego aos privilégios, vantagens e subvenções que são incompatíveis com este momento de emergência, no qual empresas estão quebrando e postos de trabalho estão sendo destruídos.
Esta é a opinião de Paulo Rabello de Castro, membro e fundador do Atlântico – Instituto de Ação Cidadã, expresso no parecer da RC Consultores de 19 de março e no artigo publicado no jornal “Estado de Minas” de 21 de março.