O Brasil aparece na 6º pior colocação entre 32 países, em um ranking da qualidade das elites. Superou países como a Argentina, a Turquia e a Nigéria, mas está atrás de países como o México, Rússia e Índia.O ranking foi publicado no relatório “Elite Quality Report 2020” dos economistas Tomas Casas e Guido Cozzi, da Fundação para Criação de Valor.
Os autores destacam que, ao coordenarem as instituições, as elites moldam o desenvolvimento humano e econômico, determinando o destino e a riqueza das nações. É natural que criem modelos de negócios para acumular riquezas. Entretanto, há elites de “alto valor” cujos modelos de negócios geram mais valor para a sociedade do que essas elites retiram. E há elites de “baixo valor” quando essas extraem mais da sociedade do que geram para ela.
As elites de baixo valor concentram seus esforços e recursos na conquista de favores e privilégios. A postura é expressa pelo termo “rent-seeking” (rentismo).
A elite brasileira foi classificada no grupo das rentistas. Um dos principais fatores que pesaram na classificação foi a extração de rendas da sociedade pelo Estado, devido a regressividade e distorções do sistema tributário, que permitem aos mais ricos pagarem proporcionalmente menos impostos do que os mais pobres.
O estudo reforça a urgente necessidade de realizações de reformas no Brasil, como a reforma tributária, em discussão há 25 anos e sem grande evolução devido, principalmente, ao desconhecimento e pouco empenho das elites políticas.
Rafael Vecchiatti, presidente do Atlântico, opinou recentemente sobre o papel das elites no andamento das reformas. “As elites tem papel preponderante e responsabilidade no cenário Institucional brasileiro. São protagonistas em inúmeras áreas e, justamente por essa posição de destaque, têm obrigação no fomento de atividades e articulações para melhorar o País. Todas elas, deveriam ser propositivas e fiscalizadoras em relação aos governos.”
“No Brasil, as elites são, via de regra, absolutamente inertes ou nefastas. Por justamente serem melhor educadas, que o cidadão comum, pecam pela grave omissão na tarefa de participar, fiscalizar e aperfeiçoar as Instituições e seu funcionamento.”, criticou Vecchiatti. “Ou elas se mantém acovardadas e em cima do muro, ou estão mancomunadas com o poder. Raríssimos dão sua contribuição espontânea para o bom funcionamento do país e suas Instituições.”